Nota da Aziza: este texto lindo e inspirador foi uma iniciativa e realização da minha aluna Michelle Kayser. Fiquei bastante emocionada com as palavras delas, e espero que vocês também fiquem. Qual dançarina nunca passou (ou viu alguma colega passar) por situações desagradáveis com o cônjuge, devido à falta de apoio? Eu, como professora de dança do ventre, já vi dezenas de casos chatos, como por exemplo o esposo que não queria que a minha aluna fizesse ensaios extras para um festival, e após a apresentação, virou para ela e falou assim: "Você não dançou bem.". E por aí vai. Acho muito pertinente o texto da Michelle, e minha palavra para ela é GRATIDÃO.
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Olá! Sempre passo sugestões de temas para os textos de minha professora, Aziza Mahaila. Conforme enfrento meus próprios desafios, sempre imagino que muitas praticantes da dança do ventre passam por situações parecidas. Escrevo esse texto sobre os cônjuges em homenagem ao meu esposo, que me incentiva todos os dias e é o meu maior fã. Obrigada, meu amor!
Para começar, gostaria de esclarecer
o que é, para mim, o apoio do cônjuge à bailarina. Não se trata apenas de não
opor-se à prática da dança. É preciso que ele reconheça seus progressos, que
ele cubra suas ausências nos afazeres domésticos, que não condene você pelos
gastos financeiros, entre outras coisas.
Se você, bailarina/bailarino,
estiver tendo de convencer seu companheiro/companheira todo o tempo da
importância das aulas, ensaios e horas de estudo, possivelmente há outros
aspectos de sua vida em que seu cônjuge pode estar desviando seus objetivos, apenas,
na dança, isso fica mais evidente. Ou se, ao contrário, seu cônjuge estimula a sua
melhora contínua, ele também pode ser a força motriz que você precisa pra
atingir outros objetivos, que você, talvez, nunca ousou mencioná-los. Por isso
acho válido analisar essa influência como "o todo" que é.
Existem muitos aspectos ligados
ao sentimento de posse e ao machismo que podem embaçar a visão do seu cônjuge,
deixando que apenas os preconceitos falem. Porque é isso que os preconceitos
fazem. Impedem de que analisemos as coisas como elas realmente são. Também há
uma ideia de que o desenvolvimento artístico é supérfluo, ignorando que a arte
nos faz desenvolver melhor nosso cérebro e que, com isso, melhoramos nossos
desempenhos em todas as áreas.
Eu entendo a dança como parte da
minha vida e se algo não vai bem na minha vida, há um reflexo na dança. É
preciso sempre tirar um tempo para reflexão e analisar qual é a raiz da crença
do seu cônjuge de que a dança torna-se um problema. Muita reflexão!!! Apenas a partir dessa reflexão, o diálogo
entra em ação. Não é preciso citar que falar sem pensar pode ser desastroso. Um
amigo meu muito querido, um senhor muito sábio, falou uma frase pra mim, quando
eu era bem jovem e eu nunca esqueci:
“Palavras são jogadas ao vento,
depois que você soltou-as, você não consegue pegá-las de volta para
consertá-las.”
Como se trata dos nossos amores,
uma situação de confronto nem sempre é bem-vinda. É preciso colocar o amor em
primeiro lugar. A conclusão sobre quem está com a razão, nem sempre é
produtiva. O objetivo não deve ser uma comprovação de sua sabedoria nos
relacionamentos, mas sim uma negociação, onde cada um deve expor seus pontos
para encontrar uma solução boa para ambos.
Seu cônjuge precisa ver que a dança
é um investimento em você, e que a autoconfiança e satisfação que é possível
encontrar no caminho da dança será benéfica na relação para ambos.
Espero que meus pensamentos
colocados nesse texto possam ajudá-las a pensar no objetivo de melhorar suas
relações com a dança e com seus amores. Até!
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