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sábado, 27 de março de 2021

TAHYA BRASILEYE: "GOLDEN ERA"

Nota da Aziza: esta matéria da Tahya surgiu a partir de uma pergunta que eu fiz ao grupo "Dança do ventre Brasil", pedindo sugestões de assuntos para o meu blog. A Tahya sugeriu a Golden Era, e eu fiz um desafio a ela: você pode escrever um texto sobre o assunto? E ela topou, e por isso sou muito grata. O texto ficou muito bom, Tahya! A Tahya é de São Bernardo do Campo, São Paulo. É bailarina, professora e coreógrafa. É bailarina da Khan El Khalili desde 1997. Obrigada, querida, por sua preciosa colaboração para o blog. E vamos ao excelente texto que ela escreveu.


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Quem gosta de passado não é museu! 

Quem é professor sabe que todas as perguntas são muito bem-vindas, todavia uma causou-me preocupação com o futuro da Dança do Ventre no Brasil. 

Nos 5 minutos finais de uma aula composta por bailarinas profissionais, pedi que estudassem Souheir Zacki. A minha surpresa surgiu quando fui questionada sobre o local onde este mito se apresentava: “Tahya, onde ela dança?”. Respondi de prontidão e percebi que nenhuma delas conhecia esta grande profissional, suas criações e sua história. 

Por que falo isso? Porque não há futuro sem passado. Não há evolução sem conteúdo, sem informação real e verdadeira para se construir o novo. 

O resultado da falta de base de muita gente que dança pode ser visto em várias situações: apresentações que parecem cópias muitas vezes caricatas, com sequências decoradas e desesperadamente “encaixadas” em qualquer frase musical. 

São performances que não deixam saudades. São performances e não dança. 

Não podemos esquecer que muitas de nós dançamos uma dança antiga que não está nas nossas raízes: eu por exemplo sou descendente de italianos e não de árabes ou egípcios. A dança oriental não está na minha família, porém aprendi a amá-la e agregá-la ao meu dia-a-dia. 

Estudamos, na maioria das vezes, com outras brasileiras que trazem a mesma sede que a nossa, mas continuam sendo brasileiras que aprenderam com outras brasileiras. Repito: na maioria das vezes. Como resolver esta crise? 

Estudando a base, a essência, o local do ponto de partida, voltar para o passado! 

Sim, estudar as bailarinas que construíram a dança que conhecemos hoje: Naima Akef, Taheya Karioka, Samia Gamal, Nagwa Fouad, Azza Sharif e muitas outras que se encontram na web, facilmente localizadas, porque hoje a tecnologia é nossa aliada! 

Lembro-me da época que nos “estapeávamos” para comprar uma fita K-7 com algumas músicas.... hoje isto não existe mais, porém, a falta de curiosidade e conhecimento aliada ao imediatismo são os impeditivos da evolução como profissionais de “dança árabe”.

 Aproveite esta dica: estude a Golden Era da Dança Oriental. Estude de verdade, os movimentos, os quadris, a leitura musical. Tente repetir até você achar que o que está fazendo está bonito. Não fique somente olhando o figurino, se o cabelo é curtinho ou se está usando barrigueira. Treine, repita, repita e treine. 

Isso te trará liberdade. Liberdade e discernimento para avaliar se o que está sendo exposto hoje por diversas estrangeiras como nós é verdade ou “viagem”. Avaliar com conteúdo se a dança que você faz é realmente boa, interessante. 

Avaliar se nosso futuro é uma evolução com consistência ou a busca desenfreada por novidades que beiram ao desespero. 

A evolução, as mudanças, o crescimento são incontroláveis. Faz parte de todo o ser vivo. A evolução verdadeira é feito com bagagem, com conteúdo e com inteligência.

Portanto: Torne-se inesquecível.... 



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