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sexta-feira, 28 de abril de 2023

BENEFÍCIOS DA DANÇA DO VENTRE - PARTE 11

Benefícios da dança do ventre – parte 11 – fortalecimento muscular

Ao contrário de atividades como a musculação e o crossfit, a dança do ventre não é uma atividade exclusivamente focada no fortalecimento dos músculos, mas também é uma grande aliada nesse aspecto. Os músculos das pernas, dos braços, dos glúteos, do abdômen e do assoalho pélvico são extremamente beneficiados com a prática da dança do ventre. Segundo a bailarina Patrícia Bencardini:

“Uma das características mais marcantes na dança do ventre é a repetição de movimentos circulares e/ou ondulatórios e lentos. Para executar esses movimentos, existe todo um trabalho de contração e alongamento das mesmas fibras musculares combinadas com a ação dos agonistas e antagonistas. O movimento vai se repetindo e se alternando por quanto tempo a bailarina desejar, levando o corpo a um condicionamento, para os exercícios requisitados na dança.

Para melhor entender, pense no movimento circular com as mãos: quanto mais amplo e bonito o movimento das mãos, mais intenso o trabalho nos músculos envolvidos. É possível notar que os músculos extensores e os flexores do punho trabalham em sua capacidade máxima de contração e de alongamento, em busca do movimento mais perfeito.”

Além disso, podemos citar: 1º, fortalecimento dos músculos das pernas (principalmente as panturrilhas), dos glúteos e do abdômen, quando estamos dançando em meia ponta alta; 2º, fortalecimento dos músculos dos braços, pois precisamos manter o tônus dos mesmos quando estamos dançando; 3º, fortalecimento dos músculos das mãos e dos braços, quando estamos utilizando algum acessório (como véu de seda, bastão, véu leque, etc.).

Vamos lembrar mais alguns benefícios da dança do ventre, já citados por mim anteriormente: alongamento e flexibilidade, queima de calorias e definição da cintura. Tudo isso, somado ao fortalecimento muscular que a dança do ventre proporciona, faz com que suas praticantes tenham uma vida muito mais saudável. Toda atividade física é benéfica para nosso corpo, mas quando podemos aliar exercício físico com música, arte e cultura (como é o caso da dança do ventre), tudo se torna muito mais leve e gostoso de fazer.

Espero que este texto tenha sido útil para você e, a cada semana, teremos mais textos sobre os benefícios da dança do ventre. Eu sou Aziza Mahaila, professora, bailarina, coreógrafa e autora do livro “Dicas da Aziza para praticantes de Dança do Ventre”, que está disponível nos formatos impresso e E-book.


Fontes utilizadas:

Bencardini, Patrícia. Dança do ventre: ciência e arte. São Paulo, Editora Baraúna, páginas 164 e 165.

Cenci, Claudia. A dança da libertação. São Paulo: Vitória Régia.



domingo, 23 de abril de 2023

FOLCLORE - PARTE 08 - A DANÇA MELEAH LAFF

Folclore – parte 08 – a dança meleah laff

 

A dança meleah laff, ou dança do lenço enrolado, não é exatamente uma dança folclórica, pois não faz parte da herança cultural de um povo. Na realidade, a dança meleah laff é uma dança-teatro, criada pelo coreógrafo Mahmoud Reda.

No início do século XX, as mulheres egípcias que viviam no Cairo e na Alexandria tinham o costume de usar um véu preto sobre sua roupa, para sair à rua. Mahmoud Reda se inspirou nessas mulheres, e a dança meleah laff faz menção a esse costume. Além desse lenço preto, essas mulheres também usavam uma cobertura de crochê no rosto, chamada de buró. Segundo Khaled Emam:

“Lembro da minha casa, do meu bairro, da minha mãe, das minhas irmãs, das tias, primas e vizinhos do bairro, ainda lembro da imagem da minha mãe quando enrolava a Melaya e ia na rua comprar algo, ou ia visitar outros parentes ou vizinhos do bairro. Era muito comum ver a Melaya no armário, fazia parte do nosso dia a dia.”

Existem dois tipos de dança meleah laff, a do Cairo e a da Alexandria. No meleah laff do Cairo, tanto a música quanto os passos são os da dança baladi. O figurino também é uma galabia baladi, porém com o acréscimo de um meleah nas mãos. No meleah laff da Alexandria, a dançarina utiliza um vestido mais curto de babados, como uma referência a essas mulheres dos anos 20 e 30, moradoras da cidade de Alexandria (cidade essa que era muito frequentada pelos europeus, e cuja indumentária por sua vez teve influência no modo de se vestir dessas mulheres egípcias).

A dança meleah laff é uma dança muito alegre e provocante. Em uma apresentação de meleah laff, a dançarina usa o véu para esconder e mostrar o corpo, e também faz movimentações com o véu. O buró também é utilizado como acessório, já que a dançarina pode escolher deixar o seu rosto à mostra – ou não – em determinados momentos da apresentação.

Estude folclore, de preferência com bons profissionais. Com certeza, você vai se encantar com essa modalidade e, além disso, vai agregar muito para a sua bailarina. Eu sou Aziza Mahaila, professora, bailarina, coreógrafa e autora do livro “Dicas da Aziza para praticantes de Dança do Ventre”, que está disponível nos formatos impresso e E-book.

 

Fontes utilizadas:

Midlej, Luciana. Folclore árabe – cultura, arte e dança / Luciana Midlej e Melinda James. São Paulo: Kaleidoscópio de Ideias. Páginas 88 a 94.

Mahaila, Brisa. Os pilares da profissionalização em dança do ventre: história e folclore, volume 1. São Paulo: Kaleidoscópio de Ideias. Páginas 82 a 83.

Emam, Khaled. Egito – Tradição e arte. Maringá: Viseu. Páginas 52 a 59.



BENEFÍCIOS DA DANÇA DO VENTRE - PARTE 10

Benefícios da dança do ventre – parte 10 – consciência corporal

Desde o nosso nascimento habitamos um corpo, e uma das primeiras coisas que fazemos é sentir/explorar/experimentar esse corpo. Assim, todo bebê leva o seu pezinho à boca, bate as perninhas, mais tarde ele vai tentar engatinhar e até andar, etc. Ele está criando consciência corporal. Além disso, o nosso corpo também pode ser usado como forma de autoexpressão. Você já prestou atenção que praticamente toda criança gosta de dançar, de pular, de brincar?
Às vezes, por falta de direcionamento ou até mesmo por tendências próprias, nos esquecemos de cuidar do nosso corpo. Fazemos tudo no automático: andamos de qualquer jeito, sentamos de qualquer jeito, não nos exercitamos... É óbvio que isso tem consequências a longo prazo. Também acontece de nos trancarmos emocionalmente, de tal forma que não conseguimos mais nos expressar através de nossos corpos. Isso geralmente se deve a bloqueios emocionais.
A dança é uma excelente forma de trabalharmos a consciência corporal, pois nos permite conhecer os limites de nosso corpo e ultrapassá-los, e também nos possibilita expressar nossa sensibilidade através da arte. Vale a pena lembrar uma coisa muito importante: não existe forma de dissociar nossa dança da nossa personalidade e das nossas vivências. É por isso que cada dançarina/o é única/o. Celebremos, pois, a nossa unicidade ou, como disse Caetano Veloso:
“Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.”